segunda-feira, agosto 17, 2009

Azinha até um pueblo a 216 km

por Nuno Virgílio















De manhã tenho a delicadeza de um elefante numa loja de cristais, daí que levantei-me, vou ainda meio zombie a sair do quarto e ..TUUUNGAAA!!!
biqueirada na esquina da porta, com o dedo pikeno do pé. deve tar partido porque inchou e ainda dói. "fixe, tá a começar bem o dia.."
depois a bateria do carro tb n queria colaborar e tive de andar a fazer manobras de diversão pra pôr o bolinhas finalmente ao caminho. já tava a ver o caso mal parado, mas lá fui. não queria perder um dia assim.

na Azinha, os cúmulos tardaram a aparecer, mas finalmente lá despontaram e prontes, foi sempre a abrir.
+7 directo pa nuvem a 3000 e siga pelo planalto por trás de Linhares a fora, com o Ciby logo atrás e o resto da malta mais atrasadito.
o slalom na nuvem foi fixe, a aproveitar a ascendente na parede, tipo dinâmico. depois passar o Mondego foi mais chato e deu trabalho a subir na planicie até ao Douro, hávia duas linhas de nuvens de cada lado e ali era buraco azul, mas achei que desviar ia ser pior por isso segui por lá fora. tive 2 pontos baixos na zona do Côa, mas finalmente lá saquei um canhão de novo pra nuvem.
atravessei em Barca d'Alva, com a paisagem deslumbrante a fazer lembrar a famosa manga de Moncorvo pra Almeida.
tinha estudado a prev e sabia que o vento iria estar sempre de Sul, com a brisa a entrar de Oeste só mesmo ao final do dia, além disso o skew-t para Mogadouro era ainda melhor que para a Azinha. havia que chegar lá.
Na encosta norte do Douro, com Freixo-de-Espada-á-Cinta ali á vista tivenovamente um ponto baixo e com muita paciencia lá fui subindo, com o cuidado de não me lixar na buraqueira por trás da descolagem do Mazouco.
Havia uma asa vermelha por ali a esvoaçar, tlvz o Chico? Vilela? n sei.. ficou por lá.
depois foi o voo clássico da zona, térmica do cruzamento de Lagoaça, térmica do golo das eólicas de Mogadouro e por aí fora. esta zona estava mais mexida com as transições desconfortáveis e a cadeira mal afinada a não ajudar.
já começava a sentir o peso de 4h de voo.
noutro ponto baixo mais á frente já se sentia a brisa a entrar mais de ladex nas camadas baixas, pelo que fiz uma perna contra vento para me posicionar novamente na linha de nuvens a seguir.
No final, já com a térmica a acalmar do +5 habitual, para um 3,5 certinho e a dar o tecto máximo
do dia a 3800.
achei que ia ser a última por isso enrolei tudo até lá bem acima.
o sol já estava a descer no horizonte e a meter aquela luz fixolas que ilumina a asa por baixo.
só aqui mexi no gps pra ver a que distancia tava da descolagem: 183. "Ui, vai dar!" - pensei, é desta os 200.
a ultima transição foram 40km mt suaves, a cair pouco e andar bem (60-70) mas com o vento já a rodar pelo que não deu pra esticar o máx na direcção ideal.
ainda pensei que a mega nuvem á frente fosse meter um efeito restituição de fim de dia mas tava mesmo a apagar.
aterrei num campinho bacano mm ao lado da estrada e já tava pa mandar os espanhóis todos à m*rda qd um finalmente lá parou e me deu uma boleia até um pueblo.
a espera foi até á 1:30 da manhã, chegámos a Vale de Amoreira às 5 e a Lx ás 8 da manhã, completamente roto.
Que dia!
..fossem todos assim ;)