segunda-feira, agosto 30, 2010

Azinha-Ródão, 100 km

por Ricardo Nunes

o voo em si não tem muitas histórias para contar.
Eu não contava fazer um grande voo, estive quase 2 horas para sair da serra.
Descolei sabendo que as condições estavam difíceis mas não estava para ficar mais tempo na descolagem onde o ambiente de descrédito no dia estava a começar a dar-me alguma comichão.
No dia antes tinha estado lá a voar com condições parecidas e estava pronto e com vontade para a luta.
Difícil foi mesmo subir até ao poço do inferno, depois o Diniz desafiou-me e lá fomos para a covilhã.
Seguimos pela direita da A23 e até ao Fundão foi sempre a enrolar tudo o que aparecia, eram fraquinhas e derivadas mas dava para seguir no boianço.
Ao chegar ao fundão aparece o Speedycibynoseunovotrapovoadorqueconhecetodososcanhõesdazona e pimpa saca
um tiro no fundão e fica por lá à nossa espera.
Entretanto já o Senhorrodriguespaciênciadocacete estava também a prepara-se para dar o salto da Gardunha.
O canhão do Ciby era só para ele, aqui o zé teve de penar para subir no Fundão. Mas deu e bem, foi até aos 2500 e fiz as pazes com o Fundão.
Nesta altura eu era a asa vassoura, sem pressas e já com o dia ganho.
Mais à frente apanho uma térmica a barlavento da barragem (térmica do dia, não pela potência mas pela beleza) e tungas foi até Castelo Branco, estava ventinho e ia-se a 60 de mãos em cima.
Passar Castelo Branco foi sempre a boiar em 0.5~1m/s à espera que se soltasse, não soltou.
Ok, já tinha sido um bom voo e toca a escolher um buraco para aterrar e ups.., outro boianço, bora lá pode ser que dê qualquer coisa.
Deu :D.
Daí até Vila Velha de Rodão foi "um pulinho, ou dois" e já estava contente se conseguisse chegar perto do ciby que há já uma meia-hora que se queixava de estar farto de fazer ladeira e não conseguir subir na parede atrás da vila.
Era final do dia e parecia que a restituição já estava a soltar, chego lá com 1400 e o Diniz, que já tinha passado começa a espicaçar-me para os 3 digitos.
Ok, bora lá.
As térmicas já só eram uns "peidinhos" da natureza e mais valia ir andando do que enrolar. Esta parte final foi cómica comigo a olhar para o flymaster a dizer 99.1, 99.2, 99.3, e eu a já conseguir contar as azeitonas nas oliveiras.
O Diniz já estava para aterrar junto a uns cabos de alta tensão e a dizer-me que ali eram os 100.
Ele parecia-me muito longe e cheguei tão baixo que nem tive altura dar a volta e aterrar como deve de ser, levantei uma enorme nuvem de poeira :D.
Olho para o gps e tunga 100.2 YEAHHH, é o meu record pessoal daí a importância que dou a este voo.
Estava a acabar de dobrar a asa com o Diniz e aparece o António Barreto para a recolha, lindo. Tudo terminou com uns secretos em Nisa. ps. Quem leu tudo até aqui é um "ganda maluco". :D

sábado, agosto 07, 2010

Moncorvo
















por Nuno Virgílio


mais do mesmo..

Pedro Moreira em altas, mas ninguém pára aquele gajo?
dasss
fui só na 6ª e tungas..
lá perdi um mangalho de quase 80 kilos, o record até á data, em mangas de Moncorvo.
golo em Ciudad Rodrigo, com os suspeitos do costume a limparem a cena. o cenário deslumbrante da travessia do Douro em Barca d'Alva e tal.

na 6ª a previsão era fixolas mas com descolagem virada a NW ..e previsão de NE..
bom, já me lixei uma vez não quero desperdiçar outra.
lá saímos para o golo em Almeida, a vilazinha com muralhas em forma de estrela do tempo do condestável Nun'Alvares.
a saída n tava fácil, com alguns petardos a obrigar a segurar o txã, e tecto a bater na tampa, aos 1400, com alguma deriva para a buraqueira..
um mimo, portanto. a espera no start lá me encontrei com a Mac do Pedro e ala.
em direcção ao rio.
no sotavento subimos aos 2200 e antes do rio um canhão meteu-me a 2400 mas o Pedro resolveu atravessar directo.
chegou ao planalto e pufff. marreca dura.
eu lá saquei uma do chão pouco mais á frente mas tb n deu pa grande coisa. é incrível como aquela zona só funciona uns bons km depois do rio. ainda n percebi porquê. tanto que em Fig.
Castelo Rodrigo fui fazer companhia ao pessoal do café central.
mine, sande de torresmo e todos sem dentes á frente. a saúde oral vai muito mal por aquelas bandas.
meia hora depois passa o pelotão de abutres.
-comentário censurado- a boa notícia é que o PNunes encontrou a carteira que tinha perdido no dia anterior (entregaram na guardia civil em Vilar formoso, com os 60€ intactos)
ainda bem, porque assim não se livrou de comemorar com o pessoal.
dia seguinte: boa previsão, apesar do vento norte.
tecto mais alto com possibilidade de chegar aos 3000, e vento fraco. nunca antes se tinha voado tanto para sul. o território proibido acaba por se mostrar bastante bom de voar, e a buraqueira afinal não assusta tanto (mas não quero ficar baixo, lá...)
ok, mangalho de 90 kilos, com golo directo no Soito-Sabugal
toda a gente descola e sobe relativamente bem, embora com térmica power e estreitinha.
Cris saca do cogumelo, depois de um frontalão com direito a carrossel.

quem disse que em Trás-os-montes não se passa nada de emocionante?
a seguir foi dejá-vu.
Moreira e Virgílio a seguir em dupla, a puxar um pouco á esquerda na travessia do rio para sobreviver até a passagem das cristas da serra da Marofa, depois a permitir andar mais, todas as transições a carregar bem. o tecto mostrou-se generoso mas não tanto como previsto.
2400, max?

o resto da malta vinha mais directo pela linha de água que subia, alinhada com a rota. o Pedro com o andamento do costume a atacar sempre, e a sacar as termicas todas do chão.
enrolámos tudo sempre juntos e só no final uma linha muito má me põe com 400m de diferença pra ele. tive de enrolar a ultima e perdi 2 minutos na transição final. a passagem do Côa (2 vezes, pq faz uma curva) foi sempre hardcore, com a buraqueira a arreganhar o dente e a térmica meio durinha a obrigar a segurar o cavalo.
mas foi fixe.
depois chegam RNascimento, PKoelhone, Brazuka, Eusebio, ROliveira, pRodrigues, Felix, Alex.. e acho q não me esqueci de ninguem.
alguns a ficar pelo caminho, perto. nas meninas, a unica corajosa foi a Rita, que atravessou o Douro.
missão cumprida. a vista vale pelo voo todo. o dia a seguir tava muito ventoso, fomos chapinhar mais cedo pa casa.
moncorvo volta a mostrar que tem o potencial todo. gostei.