por Ricardo Nunes
o voo em si não tem muitas histórias para contar.
Eu não contava fazer um grande voo, estive quase 2 horas para sair da serra.
Descolei sabendo que as condições estavam difíceis mas não estava para ficar mais tempo na descolagem onde o ambiente de descrédito no dia estava a começar a dar-me alguma comichão.
No dia antes tinha estado lá a voar com condições parecidas e estava pronto e com vontade para a luta.
Difícil foi mesmo subir até ao poço do inferno, depois o Diniz desafiou-me e lá fomos para a covilhã.
Seguimos pela direita da A23 e até ao Fundão foi sempre a enrolar tudo o que aparecia, eram fraquinhas e derivadas mas dava para seguir no boianço.
Ao chegar ao fundão aparece o Speedycibynoseunovotrapovoadorqueconhecetodososcanhõesdazona e pimpa saca um tiro no fundão e fica por lá à nossa espera.
Entretanto já o Senhorrodriguespaciênciadocacete estava também a prepara-se para dar o salto da Gardunha.
O canhão do Ciby era só para ele, aqui o zé teve de penar para subir no Fundão. Mas deu e bem, foi até aos 2500 e fiz as pazes com o Fundão.
Nesta altura eu era a asa vassoura, sem pressas e já com o dia ganho.
Mais à frente apanho uma térmica a barlavento da barragem (térmica do dia, não pela potência mas pela beleza) e tungas foi até Castelo Branco, estava ventinho e ia-se a 60 de mãos em cima.
Passar Castelo Branco foi sempre a boiar em 0.5~1m/s à espera que se soltasse, não soltou.
Ok, já tinha sido um bom voo e toca a escolher um buraco para aterrar e ups.., outro boianço, bora lá pode ser que dê qualquer coisa.
Deu :D.
Daí até Vila Velha de Rodão foi "um pulinho, ou dois" e já estava contente se conseguisse chegar perto do ciby que há já uma meia-hora que se queixava de estar farto de fazer ladeira e não conseguir subir na parede atrás da vila.
Era final do dia e parecia que a restituição já estava a soltar, chego lá com 1400 e o Diniz, que já tinha passado começa a espicaçar-me para os 3 digitos.
Ok, bora lá.
As térmicas já só eram uns "peidinhos" da natureza e mais valia ir andando do que enrolar. Esta parte final foi cómica comigo a olhar para o flymaster a dizer 99.1, 99.2, 99.3, e eu a já conseguir contar as azeitonas nas oliveiras.
O Diniz já estava para aterrar junto a uns cabos de alta tensão e a dizer-me que ali eram os 100.
Ele parecia-me muito longe e cheguei tão baixo que nem tive altura dar a volta e aterrar como deve de ser, levantei uma enorme nuvem de poeira :D.
Olho para o gps e tunga 100.2 YEAHHH, é o meu record pessoal daí a importância que dou a este voo.
Estava a acabar de dobrar a asa com o Diniz e aparece o António Barreto para a recolha, lindo. Tudo terminou com uns secretos em Nisa. ps. Quem leu tudo até aqui é um "ganda maluco". :D
segunda-feira, agosto 30, 2010
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1 comentário:
Amigo Gonçalo Velez, obrigado por mais uma publicação, desta vez da autoria do Ricardo Nunes.
Ainda não entrei para este maravilhoso mundo do voo livre, mas estou a preparar e até à data a pesquisar online.
Mas um dos pontos de visita obrigatória diária é sem dúvida o seu blog.
Meus parabéns pela qualidade da informação.
Acho que todos os longos post que o Gonçalo aqui coloca é porque têm razão de ser, pelo que este "ganda maluco" vai absorvendo toda a informação que pode!
Abraço
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