segunda-feira, janeiro 18, 2010

Voando a Airwave Magic FR5

por Gil Navalho

Ontem cons
egui fazer o primeiro voo com a minha nova FR5, e ao que parece, uma das primeiras a ser produzida já como modelo em série. A expectativa era grande após ter trocado algumas impressões com o Bruce Goldsmith. Ele disse-me que a asa era bastante mais fácil de voar que a FR4. E tem razão! As minhas asas anteriores foram: a FR2, a FR3 e a FR4. Destas, a mais divertida de voar foi a FR4: tinha um giro maravilhoso e de uma precisão incrível, permitindo apertar a volta mesmo em térmicas fortes com tendência de atirarem a asa para fora. Ela tinha um comportamento um pouco “cobra” em turbulência, mas sem consequências. De resto o comportamento era muito são. Mas é sobre a FR5 que quero agora falar. Estou a voar o tamanho 22, e vamos a números: Área projectada: 22,3m2; Alongamento plano/projectado: 8.5/7.1!!! Existe bastante mais informação no site www.para2000.org A asa já tem os reforços com nylon no bordo de ataque em todas as nervuras e ainda um reforço adicional no extradorso entre as nervuras (idêntico à Icepeak 3, se bem que não tão profundo ao longo da corda). O resultado é de facto notório em voo: não existe qualquer deformação do bordo de ataque mesmo acelerada. Ontem consegui fazer um voo de 1h25m com térmicas de perto de +4, pelo que já deu para perceber o comportamento em voo. É complicado descolar com muito pouco vento, pois a velocidade mínima é elevada e as entradas de ar no bordo de ataque não abundam. Mas com uma brisa ligeira a asa sobe de modo uniforme sem ter tendência para avançar as pontas. Nota-se de imediato que é uma asa muito rápida de mãos em cima e com muita energia, respondendo muito bem ao manobrador. O desempenho a girar é fantástico: gira muito plana sem “derrapar” e sobe muito bem. Reage apenas com uns cm de manobrador, apesar de ser necessário puxar bastante os manobradores para se atingir o ponto de perda. Em voo a asa não têm qualquer tendência para cabecear e, apesar do alongamento, não tem tendência para abatidas laterais (só posso mencionar este aspecto do comportamento até térmicas de +4). Reparei que a distribuição de pressão na asa é muito uniforme quer ao longo da corda, quer ao longo da envergadura, contribuindo para a solidez da asa. O acelerador em nada fica atrás aos modelos anteriores, antes pelo contrário: é muito mas mesmo muito leve, e a banda A não é desmultiplicada. Significa que não é necessário uma escada para conseguir utilizar todo o curso de acelerador. Experimentei a passar por turbulência acelerada, e a meio acelerador a solidez é incrível. Quanto ao planeio: parece-me mesmo muito bom, mas não tinha termos de comparação… Os trimers têm um curso longo, e a posição intermédia é neutra. Significa que têm uma parte do curso positiva e outra negativa. Utilizei pouco, pelo que ainda não tenho uma opinião sobre estes. Quer de mãos-em-cima, quer acelerada, não existe comportamento “cobra”. Por fim, a asa não permite fazer orelhas: têm apenas 2 bandas A (tal com a Ozone). De facto este é um aspecto que não gostei, mas segundo o Bruce, é um compromisso necessário para reduzir linhas e aumentar a performance, e é uma situação que começa a surgir nas asas de competição, apesar de há uns bons 13 anos a Firebird ter desenvolvido a Cult de competição com apenas 2 linhas no A.