Sra. da Graça – Alfandega da Fé: 90km.
06.05.06, descolagem: 14h, aterragem: cerca 18h.
por Helder Andrade
Olá amigos,
Nunca tive muito jeito para a escrita mas como este voo só foi possível devido a vários factores como por exemplo relatos de voos de outros pilotos com os quais se aprende muito, então também eu devo partilhar o meu voo, e os fóruns são claro um bom local para partilhar experiências.
Então é assim, eu e o Daniel de Coimbra no dia anterior combinamos tentar sair em distancia pois o dia parecia ser interessante para tal, o Daniel chegou a descolagem ao meio dia e enquanto comia alguma coisa foi observando as condições atmosféricas, pelas 13:00 saio do trabalho e no restaurante enquanto como uma sopa, uma salada de fruta e três copos de sumo de uva, na brincadeira convenci um amigo que ali jantava a ir recolher-me a Torre de Moncorvo terra onde ele nasceu embora esteja agora a viver em Mondim, bom Moncorvo porquê?, já algum tempo que estava na minha cabeça que com vento noroeste ia tentar Moncorvo com vento de oeste tentava Mirandela ou Bornes e Sul Chaves ou Montalegre.
Chego a descolagem e claro o Daniel já tinha uma boa ideia do que se estava a passar no local, bons ciclos térmicos alguns cúmulos mas só em cima da descolagem, para trás céu azul a indicar ainda fraca actividade térmica, mas com o vento a aumentar decidimos descolar e aguentar ali por cima, em poucos minutos estávamos no teto+ -1700m, o Daniel depois de ter entrado na nuvem saio com o noroeste e logo depois deixei de o ver, eu como a experiência é pouca tinha decidido que quando volta se a sair em distancia iria tentar explorar cada térmica ao máximo andar o mais colado possível as nuvens para poder realizar as transições com mais certeza (aprendi esta parte nos vídeos VENTUS parapente Team)e assim fiz até à parede de Macieira 10km, só que dali para a frente nada de cúmulos e estando eu na entrada do planalto apenas com cerca de 300m a cima deste e sabendo que tinha mais ou menos 12km até a próxima parede que até parecia-me montada uma estrada de nuvens dai para a frente penso para mim, não tenho sorte nenhuma e não tenho nenhuma hipótese de lá chegar mas para o chão não vou e andei ali a engatinhar durante 15minutos sempre debaixo da nuvem, entretanto começo a observar pequenas sombras pelo planalto adiante, claro eram cúmulos em formação, ora embora agora estando com cerca de 400m em cima do planalto com + -8km de comprimento, pensei é esta a oportunidade de tentar passar o planalto e chegar a próxima parede e assim fiz, com muita paciência e muito devagar lá fui atravessando embora consciente que qualquer térmica mal aproveitada e dado a altura que estava do solo , iria para o chão o que não era nada agradável pois tinha uma ou duas horas de mochila as costas até a próxima povoação, depois de passar o planalto com pouca altura foi como um prego, pensei novamente tanto esforço para nada mas lembrei me já vi "malta" que enquanto não tem os pé no chão não desiste, vou tentar fazer o mesmo, já com cerca de 100m do solo no meio do vale(Vila Real - V.Pouca) decidi apontar a um sitio que me pareceu poder ter térmica e bingo lá estava ela até andei ao para trás, enrolei e pouco depois estava encima da serra da Falperra, aguentei ali em termodinâmico por vezes quase parado até parecia uma águia a observar a presa, a térmica lá acabou por se soltar e a partir dali sempre a aproveitar a térmica ao máximo e seguir os cúmulos que iam rebentando a minha frente, que por vezes demoravam a aparecer e como não queria arriscar nenhuma transição pois até perto de Vila Flor o teto andava pelos2000m de altitude tive que permanecer por varias vezes no mesmo sitio e por vezes recuar mas tentando estar sempre o mais perto da base da nuvem para manter sempre uma boa altitude, entretanto chego a Vila Flor onde avistei vários pilotos a voar perto da Serra de Bornes, e pela minha frente tinha agora duas estradas de nuvens, uma em direcção aos pilotos que avistava e outra parecia-me em direcção a Moncorvo mais propriamente Carvissais, bem decidi me continuar em direcção ao objectivo que embora um pouco na brincadeira me tinha proposto, que era a terra do meu amigo Tomé(Torre de Moncorvo),mas quando comesse a atravessar o Vale da Vilarissa começo a notar o vento mais forte e observo uma estrada de nuvens com direcção Moncorvo Freixo, e estas com algum desenvolvimento e a indicar vento com alguma intensidade, bom vou deixar Moncorvo para outra oportunidade, e comecei a rumar novamente na direcção que trazia antes, passo ao lado esquerdo de Alfândega da Fé e vou até cima do rio sabor mas com o vento a aumentar e a começar a estragar tudo pensei, para mim são mais alguns km mas para a recolha podem ser mais uns 30 ou 40, optei então por ficar do lado de cá do rio onde acabei por aterrar na aldeia de Vilar Chão.06.05.06, descolagem: 14h, aterragem: cerca 18h.
por Helder Andrade
Olá amigos,
Nunca tive muito jeito para a escrita mas como este voo só foi possível devido a vários factores como por exemplo relatos de voos de outros pilotos com os quais se aprende muito, então também eu devo partilhar o meu voo, e os fóruns são claro um bom local para partilhar experiências.
Então é assim, eu e o Daniel de Coimbra no dia anterior combinamos tentar sair em distancia pois o dia parecia ser interessante para tal, o Daniel chegou a descolagem ao meio dia e enquanto comia alguma coisa foi observando as condições atmosféricas, pelas 13:00 saio do trabalho e no restaurante enquanto como uma sopa, uma salada de fruta e três copos de sumo de uva, na brincadeira convenci um amigo que ali jantava a ir recolher-me a Torre de Moncorvo terra onde ele nasceu embora esteja agora a viver em Mondim, bom Moncorvo porquê?, já algum tempo que estava na minha cabeça que com vento noroeste ia tentar Moncorvo com vento de oeste tentava Mirandela ou Bornes e Sul Chaves ou Montalegre.
Já me disseram " agora ficaste com estatuto...agora só vais voar quando der distancia ", claro que é a brincar mas vou dizer aqui o mesmo que respondi a essas pessoas minhas amigas, em primeiro não é nada que qualquer piloto com alguma experiência, se tentar não possa conseguir (o Paulo Belo de Vila Pouca já o fez por varias vezes e distancias maiores),e se pensarmos nos 380 do Diogo!!, segundo, hoje fiz 90km amanhã posso nem conseguir fazer 9km, terceiro, marrecas ? Isso já não é para mim!, quem pensar assim não vai longe porque em minha opinião para se voar melhor e realizar bons voos é preciso treinar muito, fazer muitas marrecas falhar muitas térmicas etc. etc.
Aqui fica o meu voo, para mim muito lindo claro, que embora a fazer distancia gozei muito a paisagem e o passeio.
Bons voos,
Hélder Andrade
1 comentário:
Contrariamente ao que escreve, gostei muito da sua escrita. Revivi, pelo menos, um único salto que fiz em Andorra. Foi bom rever-me nas suas palavras, com o parapente sentimo-nos livres!Eu pelo menos... São poucas as coisas que nos dão asas para voar.
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