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Como é do conhecimento geral, realizou-se entre 11 e 14 de Maio, uma prova do Circuito Nacional de Parapente de Espanha, em Castejon se Sos. Inesperadamente, deslocaram-se a esta prova 8 pilotos Portugueses, onde participaram no total 78 pilotos. O balanço foi positivo, pois para além do divertimento e da possibilidade de evolução, a prova acabou bons resultados dos Portugueses, ficando um deles (Cláudio Virgílio) em terceiro lugar da geral. Podem ver as classificações em http://www.aerofly.es.
Informação Geral
Castejon de Sos é um pequeno "Pueblo" espanhol no coração dos Pirinéus. Uma vila simpática, com um povo relativamente acolhedor, que vive do turismo de Aventura com destaque para o Parapente. Para além do parapente é ainda possível voar de avião, ou ultraleve, a partir do aeródromo local, fazer BTT, percursos pedestres, assim como outras actividades similares. Muito perto, em Sort, estão ainda disponíveis actividades em águas bravas, como Rafting, HidroSpeed, Canyoning, etc (espectacular).
A oferta hoteleira não é de muita qualidade, mas os preços nesta altura são acessíveis. Os Portugas ficaram todos nuns bungalows existentes no Parque de Campismo, com capacidade para 6 pessoas e pelos quais se paga 50 "erois" por
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Coisas Boas
Costuma-se dizer que, dando para voar, um parapentista está sempre bem. Mas neste evento posso dizer que se esteve muito bem. Para além de se voar nos 4 dias, apesar da chuva na manha do terceiro dia, houve vários factores que realmente contribuíram para a boa disposição dos Portugas.
- O ambiente entre os Portugas foi muito bom. Voamos juntos, divertimo-nos juntos, etc, e tudo correu pelo melhor.
- O lugar, como sítio de voo é fantástico. Verdadeira alta montanha, com térmica qb, alguma porradinha a fazer lembrar a "mama", brisas, vales profundos a acabar em rios, vales mais largos com grandes campos relvados e tudo a funcionar como diz nos livros.
- O acolhimento dos pilotos Espanhóis foi fantástico. Bastante curiosos com a nossa presença, a maioria dos pilotos esforçou-se para que nos sentíssemos em casa. De realçar a humildade de alguns
pilotos mais conhecidos como o Xevi Bonet, o Ramon Murrillas, Larry Pino, Guillermo Armas, só para referenciar alguns. Não foram poucas
as vezes que nos tentaram transmitir informação acerca das condições do local, as térmicas de serviço, os trajectos mais comuns, etc, isto apesar do ambiente competitivo que vivíamos. De facto os nossos "hermanos" apesar
de intrigados com o que nós andamos a fazer comportaram-se acima das expectativas. Cá os esperamos para retribuir...
- O nível da prova foi muito elevado, com a quase totalidade dos bons pilot
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Coisas Menos Boas
Como sempre, nem tudo foram rosas. Algumas coisas, essencialmente a nível organizativo não estiveram bem.
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- Os horários raramente eram compridos.
- Os briefings eram só na descolagem, e sem aviso prévio. Aconteceu estarmos todos na conversa e de repente sermos os únicos na descolagem porque o briefieng tinha começado sem aviso notório. Depois, chegados ao briefing, descobrirmos que a janela de descolagem abria pas
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- As recolhas funcionaram um pouco mal. Na última manga por exemplo, estivemos 2h30 á espera de ser recolhidos. Isto até que poderia ser desculpado, se não estivéssemos no golo.
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- Para além das falhas nas recolhas, não houve tshirt, nem lanches, nem água e o jantar foi substituído por um beberete. Para quem não sabe a inscrição nos 4 dias foi de 100 euros.
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- Menos importante, e mais a ver com questões pessoais, também dispensava os "Ground Start" e as "pernas" contra o vento.
Relativamente á prova
Como podem verificar pelas classificações, realizaram-se 3 mangas (38, 50 e 62 km). Todas as mangas valeram mais de 900 pontos, o que demonstra a competitividade da prova. As mangas foram extremamente interessantes, com passagens fantásticas ao lado de paredes verticais com 600m e a 2600 m de altitude, ou sobre rios em vales 1000 m abaixo. Também foi possível voar com abutres e outros pássaros de grande porte e sempre acompanhado por muitos ouros pilotos.
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1ª Manga -
Realizou-se na quinta-feira, após uma viagem de 12 horas e 3 ou 4 horas de sono. Para que nos mantivéssemos acordados, foi de longeo dia mais potente, com nuvens qb, e algumas a ameaçar transformarem-se em
congestus. No fim do dia houve mesmo trovoada. O meu vário passou +8 maisdo que uma vez. Houve relatos de térmicas para além dos +10. Térmicas destas associadas a algum vento em altura, podem ser engraçadas. Foi defacto um bom teste á minha Tycoon (ticón para os espanhóis), que por vezesparecia mais um touro enraivecido. Foi necessário domar o bicho e manter o sangue frio. Esquecendo a parte menos boa, a manga
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O Cláudio, o Cristiano, o David e eu, optámos juntamente com mais alguns espanhóis por passar junto ao monte Torbon. Essa veio a revelar-se uma boa opção. Os restantes Portugas e a maioria dos Espanhóis não conseguiram passar. Após a passagem do Torbon a coisa foi mais fácil, apenas com uma passagem bastante difícil, em que o pessoal após passar um grande vale, ficou baixo e teve de subir numa térmica muito forte e turbulenta agarrada a uma parede um pouco assustadora. A parte final foi muito rápida, a ser necessário carregar no pedal a sério p
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2ª Manga -
Devido ao vento e probabilidade de trovoada foi marcada uma manga curta dentro do vale de Castejon. Após um Ground Start os Portugas conseguiram arrancar muito bem colocados. Infelizmente, após a primeira baliza, que ficava no vale, o vento ficava de frente eforte. As condições naquele momento também ficaram fracas e a grande maioria dos pilotos acabou por ficar por ali. O Cláudio, conseguiu chegar novamente á encosta, subir e iniciar a perseguição a um grupo que já setinha safado. Pelo que me foi dado a perceber a partir dai as condições melhoraram, e
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3ª Manga -
O céu estava completamente coberto por nuvens altas, não augurando nada de especial. Também estava previsto algum vento. Todos estávamos convencidos que a haver manga, seria uma marreca. Afinal foi precisamente o contrário. Marcou-se uma manga de 50 km a favor do vento. Após alguma dificuldade na primeira térmica o dia foi uma surpresa, apesar de se manterem as nuvens. Como dizia um espanhol "...isto funciona sempre...", e funcionou. O tecto estava baixo, com a base das nuvens abaixo dos picos mais altos. Mas subia-se por todo o lado, e se nos distraís
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Nuno Gomes
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23-05-06
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