quarta-feira, agosto 09, 2006

Azinha-Castelo de Vide, 106 km, 09.08.2006

por Paulo Nunes

A competição ( Dutch Open ) acabou no sábado, e para partir a viagem de carro ao meio, decidi passar pela Azinha e tentar fazer um pequeno voo no domingo antes de regressar a casa e a mais uma semana de trabalho;
Mas a verdade é que o dia acabaria por me contemplar com umas condições fantásticas que por mais exausto que eu estivesse não me podia dar ao luxo de desperdiçar Eu, o Nuno Virgílio, Eduardo Lagoa, Gonçalo Velez, Carlos Fonseca (manhosos) descolámos mais tarde que muitos pilotos que já voavam pelos vales da Azinha, quando a térmica já rompia bem a inversão dos 1500, descolei e apanhei logo uma que me meteu acima dos 2000, até aos 1500 a coisa estava mesmo mexida , muita porrada, alguns fechozitos, dava para deixar a marca de uma moeda de 2 euros (mas em castanho) no cuecame. Assim que me apanhei perto dos 2200 achei que estava na hora de ir andando para o plano, lá vou eu a caminho da Lardosa, mas assim que passo a encosta da Covilhã fiquei um pouco “barata tonta” e lá tentei um local que me pareceu que iria pingar, um monte ao lado de um aglomerado de casas com um lagozito perto, tinha de dar, mas eu não estava confiante ( e isso é mau) ainda assim lá estava uma bolheca para me deixar subir novamente perto dos 1800, olho para a Covilhã e vejo o Carlos Fonseca a passar e a encontrar uma bela térmiconaça, vou direito a ele sem demoras e quando lá chego já ele estava no tecto e eu baixinho, mas como a coisa ainda bombava não tardei a ficar ao lado dele, olho para trás e vejo que o Eduardo vinha direito a nós, decido esperar por ele, uma excelente companhia de Cross, o Carlos mais impaciente comete o erro de se lançar á frente para o plano, sozinho e não tardou a marrecar passados uns 7-8 kms dali ( cerca de 25-30 da azinha ), eu fiquei no engonhanço e a esperar pelo Edu que rapidamente subiu uns 1000 metros e ficou ao meu lado, arrancamos os 2, ele á frente e eu ( á mama ) até á crista seguinte ( as cristas estavam a funcionar ) ainda bem que esperei, estava numa de apostar no plano tb e iria lixar-me, o Edu faz o favor de me dar boleia até á Gardunha ( eu no encalce dele, sempre á mama ), quando chegamos á Gardunha achei que já estava a abusar da mama e decidi tentar ser útil e apesar de mais baixo sigo sem ir á boleia, a tentar encontrar também uma térmica, para não me sentir tão parasita oportunista, lá consegui desencantar uma, mas o Edu nem me ligou, ele encontrou logo um núcleo melhor e mantinha-se mais alto que eu, olho para a barragem da Lardosa ( era ali o golo ) numa das mangas da Azinha que estão definidas pelo mestre Baía, decido arrancar em direcção a esse objectivo com o intuito de aterrar, eis se não quando vejo o Nuno Virgílio ao meu lado esquerdo em direcção á Lardosa, mas já numa térmica á maneirex tento ir agarra-la, mas chego lá já MUITO baixinho, lá tento lutar para subir e agora motivado a voar mais, pois via o Edu a ir no encalce do Nuno e os 2 a subirem bem, inicialmente penso que eles estão a engonhar a esperar por mim, mas depois apercebo-me que não, que eles iam seguir sem a minha companhia ( buááá ), então pacientemente subo até aos 2500 ou mais e sigo viagem, a sobrevoar a A23, vejo o Edu a aterrar mesmo ao lado da estação de serviço de Castelo Branco, mas como apanho nova térmica que me leva acima dos 2500 não tive duvidas, era para seguir viagem, então sobrevoo Castelo Branco acima dos 2000, e bem abaixo dos 1000 andava um pequeno avião ( avião = é uma merdice que precisa de motor para voar! ) vou seguindo viagem e o vt vai rodando a N e mais tarde NW, sobrevoo o Rio Tejo e começo a identificar o Marvão lá á frente, ao final de quase 5 horas de voo, estava exausto, sem ter posto protector solar, doía-me o focinho do escaldão, começou a faltar-me capacidade física e consequentemente mental para voar mais hora e meia de dia que ainda daria para voar e assim, acabei por nem enrolar a ultima térmica que passei e lá “marrequei” ao fim de 106 kms, numa terra chamada Póvoa e Meadas, ao lado de Castelo de Vide. Ainda tive oportunidade de partilhar uma térmiquita com um abutre já no final do voo, mas o gajo bazou, nem deu para o seguir pois ele foi na direcção errada ( coitado devia estar sem GPS ). Aterrei ao lado de uma estrada ( claro ) com muito cuidado com os fios eléctricos, é do pior, aterrar exausto, se não nos aplicarmos a fundo dá merda mesmo no final !!!!!!!!! Um jeep com um dos bombeiros mor de castelo de vide, disponível para me dar boleia, e agora é que vem o mais incrível : 20 minutos depois de ter aterrado estava com uma cerveja na mão e a minha carrinha e o meu amigo Saiote ao meu lado!!!!!! Não é que este nosso companheiro veio andando da Azinha, ele no meu carro e a Iva no deles, sempre na direcção de Nisa, pois supôs ( e MUITO BEM) que eu estivesse por estes lados. Muito obrigado mais uma vez por esta recolha, que nem na Fonte da Telha é tão rápida, quanto mais ao final de 106kms.
Soube mais tarde que o Nuno Virgilio tinha aproveitado por completo o dia de voo e como piloto de excelência que é fez 160 kms. O Gonçalo “Veloz” fez um belo voo de 96 kms (parece que aterrou para os lados de Mação), o Edu cerca de 60kms,o Carlos Fonseca 25 kms, e bastantes pilotos voaram bastante pelos vales de verdelhos e da amoreira, enfim, um grande dia de voo a partir de um dos locais mais potentes do país.
Neste link podem visualizar algumas fotos dos últimos 15 dias de voo(*): http://paulonunes15.myphotoalbum.com/slideshow.php?set_albumName=album01
Até breve

Paulo Nunes
09.08.2006


(*) S
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