por Nuno Virgílio
Grandes voos no Domingo (Ago 6), apesar do vento Norte-Nordeste, que todos sabemos turbulento e desagradável de voar q.b. Ao sair do interior da serra a coisa acalmou, embora também inicialmente as condições ainda não estivessem completamente organizadas.
Tecto bastante mais baixo que na previsão: a minha média foram os 2200m, com uma ou outra a subir um pouco mais, e na parte final do voo (últimos 40km) nunca passei pra cima dos 1300m. Pelo rádio estava em contacto com o Paulo Silva que tb fez um belo voo a partir de Mação e onde reportou tectos de 2900.
O combinado entre os pilotos na descolagem foi tentar a manga para a barragem de Lardosa, perto de Castelo Branco, e vários conseguiram. Ao chegar apanhei a melhor térmica do dia, que me distanciou do Edu e do Paulo Nunes, e lá continuei sozinho (Confirma-se o mito que no golo sobe-se sempre).
Já conhecia parte da rota, de um voo no ano passado, onde fikei perto de Nisa, e lembrava-me das estradas com longas rectas e planície aberta a perder de vista. Muito seguro e fácil para recolhas, forcei a rota para lá, pq não me apetecia andar kilómetros debaixo dos 40º que estavam, em caso de marrecanço.
De novo confirmei o visual de cortar a respiração por cima das Portas do Ródão, onde um grupo de abutres se me juntou. Um deles fez-me o especial favor de largar uma cagadela em cima, por isso afastei-me deles entre insultos e gargalhadas - parecia um malukinho, a mandar vir com um bando de pássaros, como se o ar fosse o meu elemento natural e eles estivessem ali a mais
A partir daí foi sempre "segue-segue, recto, num-bira". Com a tal situação de não subir muito, mas tb não descer, parecia deslizar numa almofada de ar quente - à excepção de um ponto baixíssimo por volta do km 120, onde estive quase a aterrar num campo cheio de touros.. acho que isso foi a motivação pa subir de novo, e lá fui.
Deu pa confirmar várias teorias clássicas co cross-country:
-O sotavento das aldeias funciona sempre
-As barragens são tiro certeiro
-As florestas, ao final do dia, não falham, com a restituição
-Os campos com touros tb bombam bem (ou não...)
Resumindo, esgotei o dia, aterrei quase ás 20:00h e pouco depois de caminhar até á aldeia mais próxima (st. Amaro, já bastante perto de Estremoz), anoiteceu. Penso que saindo uma hora, talvez antes, mais cedo, num dia com nuvem, seja possível um vôo realmente grande, por esta rota, que me parece muito boa mesmo, pelos acessos e povoações bastante próximas umas das outra. Évora é logo ali!!
-A "travessia dos 3 rios" foi cumprida em parte, uma vez que no sábado não deu pa grandes esticanços... o Zêzere e o Teja já cá cantam, o Douro fica prá próxima.
-Mudei um pouco a ideia que tinha dos Alentejanos: ninguém deu boleia a um pobre piloto, exausto, transpirado e com uma mochila enorme e pesada ás costas... mas radiante e feliz da vida ;)
Ainda não consegui pôr o voo na LigaXC, mas podem entretanto ver aki os detalhes:
http://www.paraglidingforum.com/modules.php?name=leonardo&op=show_flight&flightID=3225
Nuno Virgílio
08.08.06
quarta-feira, agosto 09, 2006
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