terça-feira, julho 17, 2007
Castelo de Vide-Talayuela, 169 km
por Eduardo Lagoa
Em primeiro lugar queria agradecer a disponibilidade da nossa equipa de recolha (Pedro Lacerda, Girão) o meu muito obrigado.
Dou os meus parabéns ao Gonçalo Velez, pelo seu trabalho na primeira fase do voo (primeiros 30km) foi igual a si próprio nunca desistiu, esteve quase aterrado por quatro vezes mas lá foi rapando o fundo: ”Fantástico”.
Acho que este voo foi possível, com aplicação de muita arte e engenho em dias de sobrevivência (Primeiros 30km) voávamos entre os 1000 e os 1500m.
Fiz uma boa leitura das condições do dia, todos os outros pilotos chegavam aos 1500m e não dava mais estava ali montada uma inversão e com vento à mistura não era apetecível virar costas e ir embora.
Fiz um primeiro voo e não passava dos 1400m decidi fazer toplandig, esperei um pouco e voltei a descolar no momento certo, quando chego aos 1400m parou de subir mas eu continuei a enrolar e deixo-me ir com a deriva pois estava muito baixo e não dava para virar costas ao vento.
Nos primeiros 30km fiz transições curtas e muito tempo a enrolar em deriva, muita paciência porque acreditava que na frente estaria melhor o que se veio a confirmar ao km 30 e qualquer coisa a primeira térmica de jeito 2200m.
Até aqui vim sempre com o Gonçalo, eu por cima e ele por baixo. Ao km 40 o Gonçalo decidiu ficar para trás a subir uma térmica e eu começo a fazer uma transição mais longa e a cair bastante mas com o objectivo de encontrar uma térmica junto de uma linha de água. Cheguei baixo mas lá estava ela começo a subir e logo de seguida levo um embrulhanço, fico a olhar para a asa, estava preocupado em controlar a situação. Quando ponho os olhos no horizonte tinha á minha volta mais de 20 abutres. Eu penso que foi um rotor gerado por eles que provocaram este fechaço!!!!! Mas claro esta foi a primeira grande térmica do dia mais de 3000m, a partir daqui passei a fazer o voo entre os 2000 e os 3000m assim já era possível observar a paisagem soberba que tinha como pano de fundo o rio Tejo.
Nos últimos 30 km fiquei com muitas dúvidas daquilo que devia fazer, se ir para a montanha (serra de Gredos) ou continuar pelo plano, já cansado optei por seguir pelo plano porque se o voo tinha sido muito duro por causa do vento e da turbulência que havia, não me achava capaz de enfrentar uma montanha daquelas.
Perto do fim fiz umas opções que não deram bom resultado e baixei dos 2000m, aqui voltou outra vez a sobrevivência, mas lá fui andando de povoação em povoação até aterrar no meio de uma plantação de tabaco ás portas de Talayuela.
Acho que foi um bom voo (169 km, 5h21), mas no fim poderia ter feito melhor!!!
Venha lá o próximo!
Eduardo Lagoa
P.S. Já podem ver o voo na liga XC Portugal.
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